(http://saude.sapo.pt/artigos/?id=804552)
A vacinação contra o HPV reduz o risco de cancro do colo do útero, mas não o elimina. Mesmo que tenha sido vacinada, é importante continuar a efectuar o rastreio do colo do útero regularmente.
O que é o cancro do colo do útero?
O cancro do colo do útero desenvolve-se no colo do útero, que é a extremidade inferior do útero que liga o corpo do útero à vagina. Ocorre quando as células do colo do útero são infectadas pelo HPV, desenvolvem anomalias e começam a crescer de forma descontrolada.
Por que motivo devo ser vacinada?
Ficou demonstrado que a vacina previne eficazmente:
• a infecção por HPV dos tipos 16 e 18, que são os dois tipos de HPV cancerígeno mais comuns,
• o desenvolvimento de células do colo do útero anormais causadas por estes tipos.
Por este motivo, a vacinação irá reduzir o risco de necessidade de tratamento das células do colo do útero anormais, devendo reduzir o risco de cancro do colo do útero. Uma vacina também protege contra os tipos de HPV 6 e 11 que são a causa da maioria dos casos de verrugas genitais.
Quem deve ser vacinado?
A vacinação previne a ocorrência de qualquer infecção por HPV. A protecção é mais eficaz se a vacina for administrada antes do início da actividade sexual. No entanto, o HPV é muito comum e muitas mulheres são infectadas logo a seguir ao início da actividade sexual. Consequentemente, a vacinação pode ser menos eficaz nas adolescentes ou nas mulheres sexualmente activas.
Em Portugal, recomenda-se que a vacinação seja feita entre os 11 e os 13 anos de idade. As idades alternativas para a vacinação são dos 9-10 anos de acordo com indicação médica e 14-26 anos em mulheres que não foram vacinadas ou não terminaram a vacinação.
A vacinação proporciona uma protecção completa contra o cancro do colo do útero?
A vacina actual é administrada em três doses administradas num período de seis meses. Presentemente, sabemos que a vacina proporciona uma boa protecção contra os tipos de HPV incluídos na vacina, e contra a doença causada por estes tipos, durante pelo menos 6 anos, que foi o tempo durante o qual as mulheres foram seguidas nos ensaios clínicos realizados até ao momento.
A vacinação proporciona uma protecção completa contra o cancro do colo do útero?
Estão actualmente em curso estudos que permitirão averiguar durante quanto mais tempo durará a protecção. A vacinação previne eficazmente o desenvolvimento de células anormais do colo do útero causadas pelos tipos de HPV existentes na vacina, no caso das mulheres que não estão actualmente infectadas por estes tipos. No entanto, não ficou demonstrado que protegesse mulheres já infectadas pelo HPV 16 ou 18 no momento em que foram vacinadas. Além disso, não protegem contra todos os outros tipos de HPV que podem provocar cancro do colo do útero. Por estes motivos, a vacinação não protege completamente contra o cancro do colo do útero. Mesmo que já tenha sido vacinada, é importante continuar a fazer o rastreio regular do colo do útero, para que quaisquer células anormais do colo do útero possam ser detectadas numa fase precoce, numa altura em que podem ser removidas facilmente de modo a prevenir o desenvolvimento de cancro.
A vacina protege durante quanto tempo?
A vacina actual é administrada em três doses administradas num período de seis meses. Presentemente, sabemos que a vacina proporciona uma boa protecção contra os tipos de HPV incluídos na vacina, e contra a doença causada por estes tipos, durante pelo menos 6 anos, que foi o tempo durante o qual as mulheres foram seguidas nos ensaios clínicos realizados até ao momento. Estão actualmente em curso estudos que permitirão averiguar durante quanto mais tempo durará a protecção.
Os rapazes ou os homens devem ser vacinados?
Embora os homens não possam contrair cancro do colo do útero, podem transmitir o HPV à sua parceira. No entanto, não é recomendada a vacinação de rapazes ou homens em Portugal, uma vez que ainda não sabemos se prevenirá eficazmente a infecção por HPV nos indivíduos do sexo masculino. Esta questão está agora a ser estudada, e no futuro poderá vir a ser recomendada a vacinação de homens e rapazes.
A vacinação é segura?
A vacinação parece ser segura. Os ensaios clínicos revelam apenas ligeiras reacções típicas de qualquer vacinação (edema, prurido, vermelhidão no local da injecção e, com menos frequência, febre, náuseas e tonturas). Não é recomendada a administração da vacina do HPV a mulheres grávidas.
03 de Outubro de 2007 (http://www.farmacia.com.pt/)
Governo comparticipa vacina contra HPV em 40%
A comparticipação da vacina contra o cancro do colo do útero poderá ascender aos 40 por cento. O valor está a ser estudado pelo Executivo e a medida custará aos cofres do Estado entre 15 e 75 milhões de euros.Por sua vez, o Infarmed está já a negociar com o laboratório responsável pela produção da vacina uma possível redução do preço do medicamento, avança a Antena 1. Cada dose da vacina contra o vírus do Papiloma Humano custa actualmente 160,45 euros, porém, para ser eficaz, tem que ser aplicado em três tomas, o que significa um gasto superior a 480 euros.Desta forma, o Governo pretende integrar a vacina no Plano Nacional de Vacinação, à semelhança do que acontece com as vacinas contra a hepatite «B» e a meningite.O estudo do Infarmed que permitirá enquadrar a medida deverá ser entregue ao Governo até Junho de 2008, no entanto, a comparticipação está já contemplada nas contas do Serviço Nacional de Saúde para o Orçamento de Estado (OE) do próximo ano.
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